terça-feira, 4 de novembro de 2008


Eu sei que ela era a única a saber que ele tinha um coração, e que esse coração batia... Batia por alguém que nunca ninguém imaginou que fosse capaz. Ela sabia que se contasse, ninguém acreditaria. Não é de praxe. Pessoas frias não podem amar; Pessoas frias não sabem amar; Pessoas frias nem mesmo conseguem alguém que as ame. Não. Ele era frio, ela sabia. Em seus momentos de solidão, chegava a ser congelante. Mas ninguém sabia o por quê d'ele ser assim, ninguém queria saber; Ninguém queria dar a mínima. Ela queria. Ela se importava. Se importava muito mais do que devia... E de tanto se importar, acabou perdendo os limites de até onde devia levar tudo isso. O cuidado virou obsessão. A obsessão, possessão... Ela já não se importava com mais nada, ela só queria saber dele. E ele? Ele nem sabia da existência dela. Ele só queria saber daquela que sempre ocupou sua mente. Isso o condenou. Ela cansou de não ser notada, o faria notar, mesmo que em instantes mórbidos. Ela o fez. Agora todos queriam se importar; Agora todos queriam saber... Já não era necessário. Sua obsessão o tornou de todo frio. Não era apenas emocionalmente, mas fisicamente. Era só fisicamente. Ela acabou com suas emoções, ela as roubou dele. Já não teria a quem mais admirar, já não teria a quem mais amar. Seu sangue estava quente, mas sua alma já era fria. Não desejava poder voltar atrás, desejava que alguém a amasse daquele mesmo jeito. Mas não para ser amada... Queria apenas ser vítima. Queria ter a mesma sorte dele, queria encontrá-lo no outro lado. Eu sei... sei que ele era o único a saber que ela tinha coração. Só não sei dizer se batia...

Pobre Dalilah...

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